Elaborei este resumo das leituras que tenho feito porque nem todo mundo lê inglês e a maioria dos textos e pesquisas estão nessa língua, mas mantenho as indicações dos textos originais para facilitar a pesquisa de quem quer saber mais sobre o assunto.
Críticas, correções e outros comentários podem ser postados no final como comentário. Obrigada.
Sônia Maria Ramires de Almeida
Não fique aí deprimida. Saia de casa, é verão, o sol brilha!
Socorro!!!!!!!!
Embora a maioria das pessoas pense em tristeza ou na dor de alguma perda diante da palavra depressão, para os médicos, psiquiatras e psicólogos, e mesmo para os meios de comunicação não se encontrou melhor termo para denominar essa doença. Isso causa bastante confusão para o paciente, seus amigos e familiares. E a coisa fica ainda mais complicada quando a gente, tentando entender, se depara com várias descrições e diagnósticos desse tipo de distúrbio.
Felizmente para os pacientes, vai ficando cada vez mais conhecido o fato de que depressão é uma doença clínica, definida e descrita como transtorno de humor ou transtorno afetivo . Cabe ao médico avaliar a existência de outras doenças que possam provocar sintomas semelhantes aos da depressão para chegar a um diagnóstico mais seguro. Até o momento não existem, ou pelo menos não há consenso sobre, exames de laboratório ou físicos que possam indicar o distúrbio. A avaliação é principalmente clínica.
Neste texto, o objetivo é fazer um estudo de uma forma específica de depressão, a chamada depressão sazonal ou distúrbio afetivo sazonal (DAS). De fato a terminologia mais encontrada atualmente é em inglês: Seasonal Affective Disorder (SAD), porque o maior número de publicações e pesquisas dessa área foi feito nos Estados Unidos. Summer SAD, summer depression e winter blues são denominações correntes para os distúrbios afetivos sazonais.
Como SAD é uma sigla que coincide com a palavra sad (tristeza) pode-se encontrar alguma tradução equivocada. O distúrbio pode ocorrer nos meses de outono/inverno ou na primavera/verão.
Explico rapidamente meu interesse no tema: há anos sou acompanhada pelo mesmo psiquiatra, com episódios recorrentes de depressão. Ao tentar encontrar uma conexão entre ela e a enxaqueca , a fibromialgia e o hipotireoidismo surgiu uma constante curiosa: tudo parecia piorar no verão. Letargia, dores no corpo, dificuldade de concentração, cansaço permanente, enxaqueca, transpiração excessiva, ataques de fome insaciável que culminavam numa crise de depressão praticamente incapacitante. Em contraste com essa intolerância ao verão, era notável a energia e a alegria de viver que eu experimentava durante o inverno em cidades mais ao sul tais como Buenos Aires e Montevidéu.
Ao ter a liberdade de discutir essas sensações com meu psiquiatra fui percebendo que nessa depressão havia um componente físico importante, que não me faltava o desejo de viver e fazer as coisas que me davam prazer: eu não fazia essas coisas porque meu corpo não obedecia aos apelos de minha vontade, era como uma marionete cujos fios estivessem soltos...Ao contrário, sob baixas temperaturas, uma outra pessoa despertava, feliz da vida, pronta para estudar, ouvir música, fazer longos passeios pelos parques...
Mais segura de que isso não era "loucura" ou excentricidade comecei a pesquisar e buscar informações sobre ondas de calor, clima e saúde, etc. Por sorte tenho formação em Ciências Sociais e pude evitar o naufrágio ao navegar na Internet, selecionando textos pertinentes de especialistas e pesquisadores.
Uma das primeiras publicações onde encontrei o que buscava foi um livreto chamado "Depressão Comprometa-se com seu tratamento" (1) onde havia uma lista dos sintomas e algumas denominações usadas para caracterizar os sintomas depressivos entre as quais:
"Depressão Sazonal que pode se apresentar com qualquer tipo de sintoma, mas que é marcada pelo aparecimento numa época específica do ano, outono-inverno (sazonal de inverno), primavera-
verão (sazonal de verão). "
Tendo um nome e uma definição parti para a busca de mais informação e tive uma enorme surpresa: "Depressão sazonal pode acompanhar o sol do verão"(2) era o título de uma nota jornalística. Nessa matéria li com alívio o relato de Violet Adair, paciente afetada pela depressão sazonal de verão que adaptou sua casa e seu modo de vida para sobreviver durante esse período, limitando o número de janelas, pintando as paredes de cores frias como azul , distribuindo ventiladores e evitando ao máximo os ambientes exteriores. Outros pacientes permanecem o maior tempo possível em ambientes refrigerados, tomam repetidos banhos frios e para muitos a principal arma é farmacológica. Outra paciente citada chega a dizer que se sente atacada pelo sol, desesperada para escapar.
O mais interessante nessa matéria foi saber que os doutores Norman E. Rosenthal e T.Wehr, que identificaram em1984 a depressão sazonal de inverno foram procurados por pacientes que diziam apresentar os mesmos sintomas descritos mas durante o verão. A partir desses fatos os pesquisadores se dedicaram a analisar esse tipo de depressão sazonal. É notável que praticamente todos os que enfocam a depressão sazonal de verão levem em conta os estudos de Rosenthal e Wehr.
Outro texto "Dog Days of Summer" (Dias caniculares de verão) (3) cita "Jackie" , paciente do Dr. Norman Rosenthal que sofre de depressão sazonal de verão. Por esse motivo passa todo o verão tomando antidepressivos. Antes do diagnóstico e tratamento suas crises eram tão profundas que chegava a pensar em suicídio.
Os pesquisadores enfatizam que os casos conhecidos de depressão sazonal de verão são menos numerosos que a variante de inverno e tendem a surgir em zonas de clima mais quente. As causas desses distúrbios sazonais permanecem ainda desconhecidas mas parecem apontar para a falta de luminosidade nos casos de inverno e para o calor e umidade nos casos de verão. Há também a hipótese baseada na região do hipotálamo, que controla os hormônios corporais e tem relação com os sensores de temperatura.
Para os casos de depressão de inverno existe o tratamento com lâmpadas que substituiriam a luz solar; para os casos ocorridos no verão é recomendado o uso de antidepressivos e ambientes refrigerados ou até mesmo temporadas em lugares de clima mais frio.
No Yahoo! Health Groups o grupo chamado "summerdepression" tem nome e descrição bem objetivos. Traduzindo livremente temos:
"...Com a chegada do verão como é afetado seu estado de ânimo? Você fica inquieto? Você se afasta do convívio social? Não consegue ter um sono reparador? Fica esperando os efeitos calmantes do outono?
Você não está sozinho. A variante de verão do distúrbio afetivo sazonal - DAS - pode afetar qualquer pessoa, causando profundas mudanças de humor e comportamento. Enquanto a depressão sazonal de inverno é bastante conhecida, pouco se sabe sobre a igualmente incapacitante depressão sazonal de verão.
Este grupo é para os que sofrem da versão dita "mais rara" desse distúrbio, a depressão sazonal de verão, "os esquecidos". Qualquer pessoa que sofra desse mal, assim como as pessoas que se relacionam com seu tratamento serão bem vindas..."
É altamente consolador para quem sofre de um mal pouco conhecido ler ou ouvir outras pessoas com problemas semelhantes. O contato, além de animicamente positivo faz com que sejam conhecidos tratamentos, medicamentos e pesquisas sobre a enfermidade.
Selecionei algumas frases dos participantes do grupo citado para mostrar o alívio que sentiram ao saber que não são os únicos no mundo: "As pessoas pensam que estou louca..." "Deixo o ar condicionado ligado o verão todo..." "Eu não sabia que outras pessoas sentiam a mesma coisa..." "No verão me sinto mal o tempo todo..." "O diagnóstico é obscuro, poucos médicos conhecem e pouca gente ouviu falar..." "Feliz por saber que não sou a única pessoa..." "Chego à beira do suicídio..." "Eu me sinto voltar à vida com a aproximação do outono..." ...Eu amo o inverno, dá mais energia e a cada ano eu temo o verão..." "Estou despertando, amo o inverno..." "Boas novas para todos: o outono está chegando, o horrível verão acabou..." "Moral da história: vamos todos para a Islândia..."
Definindo o distúrbio
Uma descrição do distúrbio afetivo sazonal (DAS) ou seasonal affective disorder (SAD) foi publicada em janeiro de 1984(4).
Nesse artigo os autores citam as conclusões de outros investigadores que apontavam para uma marcada associação entre as estações do ano e a incidência de depressão, mania, suicídios e tentativas de suicídio mas enfatizam que pouco se havia publicado a respeito da repetição de episódios ano após ano, ou seja a identificação da sazonalidade como componente importante a ser avaliado.
O estudo descreve 29 pacientes que sofriam depressões no outono e no inverno e que melhoravam na primavera e verão. Relata ainda as primeiras tentativas de modificar a depressão alterando as condições de luz do ambiente.
Como os primeiros estudos de depressão sazonal foram feitos com pacientes que sofriam o distúrbio no inverno, para alguns autores ficou marcada a falsa impressão de que esse mal dizia respeito somente ao hemisfério norte, onde o inverno é mais rigoroso e que o verão produzia efeitos benéficos sobre os pacientes deprimidos.
Felizmente a equipe que identificou o distúrbio afetivo sazonal não se deteve nos primeiros achados e aos poucos surgiram pacientes que se identificavam com o diagnóstico mas enfatizavam que sua depressão surgia nos meses de primavera ou verão, melhorando no inverno.
Num relatório de dezembro de 1987, os autores Wehr, Sack e Rosenthal descrevem doze pacientes que regularmente ficam deprimidos no verão(5). O padrão encontrado é oposto ao anteriormente descrito em que os pacientes ficam deprimidos no inverno e reagem bem ao tratamento com luz. Aparece aqui a suposição de que a temperatura pode ter influência sobre a depressão de verão. Psiquiatras, trabalhando com questionários aplicados a pacientes, coletaram informações sobre sintomas, histórico familiar e de tratamentos médicos.
Entre os sintomas mais comuns encontramos: perda de energia, retraimento social, falta de vontade, baixa auto-estima, diminuição da comunicação, perda de interesse, excesso de sono, tristeza, desamparo, sentimento de culpa, idéias suicidas e diminuição da libido. Alguns pacientes disseram que seu estado clínico parecia ser influenciado por fatores do ambiente como temperatura, umidade, latitude e luz. Alguns também disseram que os sintomas pareciam diminuir ou aumentar conforme a região em que estivessem.
A ocorrência regular da depressão no fim da primavera e durante o verão entre os pacientes estudados, coincide com a incidência epidemiológica de depressão e suicídio verificada em outras pesquisas.
A possível influência da temperatura ambiente sobre o estado clínico dos pacientes surge como uma hipótese a ser testada em estudos controlados levando em consideração também outras variáveis ambientais e psicológicas. Uma vez estabelecida essa possibilidade pode-se tomar medidas preventivas tais como manipulação de temperatura, iluminação especial ao lado de estudos mais aprofundados para aplicar ao tratamento dos distúrbios afetivos sazonais.Não é de hoje...
A influência das alterações climáticas e sazonais sobre o comportamento e a fisiologia animal e humana é conhecida desde a Antiguidade. Ao lado de idéias místicas e tradições folclóricas compartilhadas por vários povos, encontramos na História da Medicina diversos estudos e tentativas de explicação para essa influência. Com a evolução da ciência de maneira geral, a possibilidade de medições meteorológicas, a realização de pesquisas controladas e a convergência de vários ramos do conhecimento abrem-se novas perspectivas para investigação e busca de solução de problemas nessa área.
Para nossos objetivos estivemos buscando os estudos mais atuais que fazem uso de modernas técnicas de pesquisa, levantando hipóteses, tentando estabelecer critérios que possam resultar em melhor conhecimento dos distúrbios e um tratamento mais eficaz.Ainda há muito a descobrir
M. Said, da Universidade de Liverpool, Reino Unido apresenta um bom resumo do que até o presente se estudou e descobriu a respeito dos distúrbios afetivos sazonais(6).
Discute os critérios usados pelo Dr. Norman Rosenthal e equipe em 1984 e informa que o termo SAD e seu diagnóstico faz parte do Manual Estatístico e Diagnóstico de Distúrbios Mentais da Associação Psiquiátrica Americana. Há critérios bem especificados para estabelecer o diagnóstico e a sazonalidade do distúrbio.
No que diz respeito às causas, há várias hipóteses a respeito da susceptibilidade de alguns pacientes a mudanças climáticas e ambientais entre as quais: a menor duração do dia durante o inverno, alterações na produção de melatonina, alteração dos ritmos circadianos, hipótese sobre o papel dos hormônios e dos neuro-transmissores tais como dopamina e serotonina, igualmente se estuda o eixo hipotálamo-pituitária-adrenérgico. O conhecimento acumulado pode levar a tratamentos mais eficientes e bem estar aos acometidos por esse tipo de distúrbio.
Embora a bibliografia sobre o tema seja na maioria dos casos referida a pacientes com problemas durante o inverno do hemisfério norte, na Europa e Estados Unidos, há trabalhos publicados referentes a outras regiões e latitudes.
Uma equipe, trabalhando com dados coletados entre trabalhadores de Nagoya, Japão, chegou à conclusão de que alterações sazonais no comportamento e humor também ocorrem no Japão mas seu perfil é diferente do encontrado nos Estados Unidos e Europa(7). O número de pessoas que afirmaram sentir-se pior no verão ultrapassou os que relataram sentir-se pior no inverno.
Outro grupo procurou avaliar a freqüência das variações sazonais sobre o comportamento e humor de estudantes de medicina em Jining, China(8). Seus dados mostraram que os problemas vinculados ao verão eram mais comuns que os relacionados ao inverno revelando um contraste com a maioria dos estudos ocidentais e maior coerência com outros estudos publicados, feitos na Ásia. (n
O mesmo grupo, colhendo dados entre outros estudantes da mesma cidade chegou a resultados semelhantes: há predominância de problemas durante o verão em comparação com os problemas durante o inverno (9).
O mais importante para o paciente que apresenta este tipo de depressão é saber que não está inventando coisas ou fingindo sintomas. Não se trata de gostar ou não de uma determinada estação do ano. Trata-se de uma reação do organismo a determinadas condições meteorológicas e ambientais.
Na Europa é comum encontrar nos meios de comunicação os alertas meteorológicos, a descrição dos cuidados que devem ser tomados durante as chamadas ondas de calor, as recomendações para manter o conforto térmico nos ambientes de trabalho, etc.
No Brasil essa questão parece ser minimizada uma vez que se cristalizou uma ideologia do clima tropical como sinônimo de alegria, descontração, sol e praia. Somente quando algumas enfermidades surgem mais ameaçadoras é que se decide fazer campanhas contra os ratos, mosquitos e outros possíveis agentes transmissores que proliferam no calor.
Pensando nos rigores do calor e umidade em certas áreas do Brasil eu me pergunto: quantas pessoas vítimas de crises às vezes incapacitantes sofrem por serem julgadas preguiçosas e indolentes, repetindo a velha história do Jeca Tatu, quando na verdade estariam sofrendo distúrbios sazonais? Como as doenças desse tipo não são detectadas por exames de laboratório e necessitam observação clínica e acompanhamento ao longo do tempo fica parecendo uma preocupação supérflua diante de males mais prementes.
Penso ser uma questão de saúde pública o conhecimento da interação entre clima, meio ambiente e o bem estar físico e psíquico dos cidadãos. Construções planejadas para o tipo de clima em que serão implantadas, controle da poluição ambiental, adequação das atividades, planejamento urbanístico não devem ser vistos como Utopias mas sim como condições necessárias para o pleno desenvolvimento dos cidadãos.
Questionário para saber se há diferenças observadas com a mudança de estação:
Traduzido e adaptado de questionário criado por N.E.Rosenthal e outros (domínio público)
The Seasonal Health Questionnaire
Fato observado Tipo de alteração e número de pontos atribuídos:
..............................................................................................................................................................................................
Nenhuma(0) Leve (1) Moderada (2) Marcante (3) Muito Marcante (4)
..............................................................................................................................................................................................
Duração do sono
.............................................................................................................................................................................................
Atividade social
.............................................................................................................................................................................................
Bem estar
.............................................................................................................................................................................................
Peso
............................................................................................................................................................................................
Apetite
............................................................................................................................................................................................
Nível de energia
............................................................................................................................................................................................
De 4 a 7 pontos - sem significação.
De 8 a 11 pontos - Distúrbio afetivo sazonal (sub-síndrome)
Mais de 11 pontos - Distúrbio afetivo sazonal
Por ser um teste auto-aplicado seu significado deve ser apresentado ao médico para que ele possa
avaliar e fazer um diagnóstico completo
Para saber mais:
http://www.normanrosenthal.com/
Notas
(infelizmente alguns textos encontrados na internet não estão mais disponíveis)
1 - Depressão - Comprometa-se com seu tratamento
A.Miranda-Schippa e I. Reis de Oliveira
Laboratórios Wyeth-Whitehall Ltda
2 - Seasonal Depression can accompany Summer sun
Sara Ivry
NY Times, August 13, 2002
3 - Dog Days of Summer
Claudine Chamberlain
www.depressionhomepage.com/dogdays.html
4 - Seasonal Affective Disorder
N.E.Rosenthal et alii
Arch.Gen.Psychiatry - vol.41, jan. 1984
5 - Seasonal Affective Disorder With Summer Depression and Winter Hypomania
Thomas A. Wehr et alii
American Journal of Psychiatry 144:12, December 1987
6 - Seasonal Affective Disorders
Said M.
University of Liverpool UK
www.priory.com/psych/SAD.htm
7 - The prevalence of seasonal difficulties among Japanese civil servantes
Ozaki N. et alii
American Journal of Psychiatry 152:1225-1227, 1995
8 - Seasonal variations in mood and behavior among Chinese medical students
American Journal of Psychiatry 157(1):133-135, January 2000
9 - "summer and Winter patterns of seasonality in Chinese college students: a replication
Compr. Psychiatry 41(1):57-62 Jan-Feb 2000
De 8 a 11 pontos - Distúrbio afetivo sazonal (sub síndrome)
Mais de 11 pontos - Distúrbio afetivo sazonal
Sendo um teste auto aplicado seu significado deve ser apresentado ao médico para que ele possa avaliar e fazer um diagnóstico completo.Para saber mais:
www.normanrosenthal.com
Até bem pouco tempo sentir-se mal no calor do verão poderia parecer uma excentricidade, uma bizarrice, uma postura pedante, uma vontade de contariar...felizmente alguns médicos e pesquisadores resolveram levar a sério nossas queixas e angústias. Faço este blog para pessoas que como eu se sentem mal durante os meses de verão,não suportam o calor e suas consequências. Estes textos não podem funcionar como diagnóstico ou induzir a automedicação.
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