domingo, 17 de abril de 2011

Alergia e Depressão - pode haver um vínculo.

http://veja.abril.com.br/noticia/saude/pesquisas-sugerem-vinculo-entre-alergias-e-depressao
Reações alérgicas liberam compostos chamados citoquinas, que podem reduzir os níveis do hormônio serotonina, que ajuda a manter as sensações de bem-estar
Agora é outono no Brasil, mas no Hemisfério Norte já é primavera. Este período do ano sempre traz um surto de espirros, fungadas e narizes entupidos. Mas alergias sazonais podem ser psicologicamente prejudiciais? Uma onda de pesquisas sugere que pode ser o caso. Ainda que não existam evidências firmes de que alergias causem depressão, vastos estudos mostram que pessoas que sofrem de alergia realmente apresentam maior risco de depressão.
Alergias graves podem trazer sonolência, dores de cabeça, fadiga e uma sensação geral de mal-estar físico, que em conjunto podem piorar o humor. Estudos identificaram que reações alérgicas liberam no corpo compostos chamados citoquinas, que desempenham um papel na inflamação e pode reduzir os níveis do hormônio serotonina, que ajuda a manter as sensações de bem-estar. E é de conhecimento comum que algumas medicações comuns para alergia, como corticosteroides, podem causar ansiedade e oscilações de humor.
Muitos estudos de grande porte descobriram que o risco de depressão em pessoas com alergias graves é duas vezes maior que em pessoas sem alergias. Em 2008, pesquisadores da University of Maryland reportaram que essa conexão pode ajudar a explicar um amplamente observado — porém mal compreendido — aumento de suicídios durante a primavera todo ano. Analisando registros médicos, os autores viram que, em alguns pacientes, mudanças nos sintomas de alergia durante as temporadas de baixa e alta polinização se correlacionavam com mudanças em seus níveis de depressão e ansiedade.
Um estudo populacional finlandês de 2003 constatou uma relação entre alergias e depressão; contudo, mulheres tendiam muito mais a serem afetadas. Em 2000, um estudo com gêmeos, na Finlândia também, mostrou um risco comum de depressão e alergias, um resultado de influências genéticas, escreveram os autores. 
##################################################################################


Alergia e depressão


Outra pesquisa, apresentada no congresso da Associação Americana de Psiquiatria, apontou provas da relação entre infecções e depressão. Chefe do programa de ansiedade e humor da Faculdade de Medicina da Universidade de Maryland, o médico Partam Manalai anunciou os resultados de uma pesquisa financiada pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA, que vincula a alergia à piora da depressão. Segundo o psiquiatra, pacientes com distúrbios do humor que são expostos a determinados pólens tendem a ficar mais deprimidos.

– Quando a rinite chega a um ponto exacerbado, as pessoas ficam mais mal-humoradas, têm problemas de cognição e, de forma geral, não se sentem bem – conta.

A culpa pode estar no pólen das plantas que, durante a primavera, é mais abundante. Não é que os alérgicos fiquem tristes porque os sintomas pioram. O que acontece é que, em contato com o agente que desencadeia a crise, o sistema imunológico responde com um antígeno, a imunoglobulina E.

Embora o anticorpo combata os efeitos do pólen, ele também acaba desencadeando problemas de humor.

– Em um grupo de pacientes com alergia e depressão, um tratamento profilático para essas condições pode prevenir a piora do humor durante o pico da estação. Nossas descobertas podem conduzir pesquisas sobre novos agentes terapêuticos para lidar com distúrbios do humor – acredita Manalai.
#################################################################################

Infelicidade contagiosa: mau humor e depressão podem ser causados por vírus e bactérias

Estudo aponta que infecção pode desencadear problemas emocionais ou de comportamento


Muitas vezes, mau humor, depressão e falhas na memória não são culpa de problemas emocionais ou mentais. Por trás da tristeza, talvez escondam-se vírus e bactérias. Cada vez mais, pesquisas mostram que o sistema imunológico, ao contrário do que se imaginava, está em perfeita sintonia com o nervoso.

O mais recente congresso anual da Sociedade Americana de Imunologia apresentou pistas interessantes de como uma infecção pode desencadear problemas emocionais ou de comportamento — incluindo o transtorno obsessivo compulsivo. Por exemplo, quando um agente infeccioso quebra a barreira do cérebro, as células de defesa relacionadas ao lúpus — doença autoimune do tecido conjuntivo — são acionadas e podem danificar o hipocampo. Essa área do cérebro está relacionada à memória.

O poder dos micro-organismos exógenos sobre o cérebro foi demonstrado em um estudo feito com ratos de laboratório por pesquisadores da Universidade de Bristol e da Universidade College London, ambas na Inglaterra. Os cientistas descobriram que a bactéria Mycobacterium vaccae, facilmente encontrada no solo, altera o comportamento de forma similar à ação de antidepressivos. O artigo, um dos destaques científicos de 2010, foi publicado na revista especializada Neuroscience. Nesse caso, a "bactéria amiga" trouxe bem-estar, em vez de infelicidade.

Segundo Chris Lowry, principal autor do estudo, o interesse pelo tema surgiu depois que foi reportado que pacientes de câncer cujo quimioterápico era composto pela bactéria apresentavam melhor qualidade de vida, sem explicações plausíveis.

Para Lowry, ficou claro que esse efeito só poderia ser causado pela ativação de neurônios que contêm serotonina, o neurotransmissor associado à felicidade. Estudos em laboratório confirmaram a hipótese. O cérebro dos ratos que recebiam doses da M.vaccae passou a produzir mais serotonina. Sabe-se que a falta dessa substância é um dos desencadeadores da depressão em humanos.

— Isso deixa cada vez mais evidente o mecanismo de comunicação entre o corpo e o cérebro, além de reforçar o quanto um sistema imunológico sadio é importante para a saúde mental — disse Lowry.

Alergia e depressão
Pesquisa financiada pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA vincula a alergia à piora da depressão. Segundo o psiquiatra Partam Manalai, da Faculdade de Medicina da Universidade de Maryland, pacientes com distúrbios do humor expostos a determinados pólens tendem a ficar mais deprimidos.

— A depressão é muito comum, mas a alergia é ainda mais. Uma em cada duas pessoas pode ter algum tipo de sensibilidade alérgica e uma em cada cinco tem rinite alérgica. Quando a rinite chega a um ponto exacerbado, as pessoas ficam mais mal-humoradas e não se sentem bem — explica Manalai.

A culpa pode estar no pólen das plantas que, durante a primavera, é mais abundante. De acordo com o médico, diversos estudos demonstraram um pico nas taxas de suicídios nesta estação, enquanto que, no inverno, os índices caem. Não é que os alérgicos fiquem tristes porque os sintomas pioram. O que ocorre é que, em contato com o agente que desencadeia a crise, o sistema imunológico responde com um antígeno específico, a imunoglobulina E. Embora o anticorpo combata os efeitos do pólen, ele também acaba desencadeando problemas de humor.

— Em um grupo de pacientes, todos com alergia e depressão, um tratamento profilático pode prevenir a piora do humor durante o pico da estação. Nossas descobertas podem ajudar — acredita Manalai.

Especialistas como Jonathan Kipnis, da Universidade da Virgínia-Charlotteville, alertam que as infecções e as respostas do sistema imunológico podem desencadear problemas no sistema nervoso. Alertam, porém, que não estão atribuindo unicamente aos microorganismos a ocorrência de distúrbios mentais ou comportamentais. Além disso, a maioria dos estudos encontra-se na fase 1, realizada somente com animais. O que não quer dizer que, no futuro, os antidepressivos não possam ser trocados por antibióticos.
CADERNO VIDA -
Juan Barbosa / 
Pacientes com distúrbios do humor expostos a determinados pólens tendem a ficar mais deprimidos
Foto:  Juan Barbosa

     

    Um comentário:

    1. Olá, por favor, você poderia referenciar os estudos originais do qual você citou?

      ResponderExcluir