quarta-feira, 1 de julho de 2015

Nossa perplexidade diante da morte.

MAIS FREUD...a angústia do sobrevivente diante da morte. Uma culpa por estar vivo enquando o outro já não está. É como se tivéssemos falhado em alguma coisa. É como se devêssemos algo à pessoa falecida. Como estar vivo, respirar sorrir impunemente se o outro já não pode fazer tudo isso? Penso nos mitos milenares para homenagear ou aplacar os espíritos dos mortos...pegamos nosso sentimento de culpa e atribuimos um sentimento de vingança aos que já se foram...é uma forma da gente se livrar da culpa e tranformá-la em medo. E de repente, nesse processo doloroso para os que ficam aparecem fantasmas vigadores, assustadores...pobres mortos...TÃO IMPOTENTES. RECEBEM A CARGA DE NOSSAS FANTASIAS, DE NOSSOS MEDOS, DE NOSSAS INSEGURANÇAS.
Filmes de mortos-vivos, fantasmas e figuras aterrorizantes se baseia nessa nossa imensa incompreensão da morte...e aparece em todas as culturas, em todas as épocas...cerimônias para homenagear, aplacar os que já não estão.
Parece que mesmo dizendo que a vida é uma droga a gente no fim das contas não deve achar isso, ao imaginar que os mortos estão perdendo grande coisa.
Enfim...precisamos de um tempo de luto para nos reconciliarmos com lembranças, sorrisos e abraços que foram dados...e superar a culpa pelos abraços que não foram dados...É a vida que mal conhecemos, diante da morte que desconhecemos.


Escrito de pois de saber da morte de um vizinho, pessoa querida do meu cotidiano. N]ão era um amigo íntimo mas uma pessoa que eu via sempre.

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